Estudo de caso – como justificar?
Estudo de caso é um método de pesquisa muito utilizado em trabalhos acadêmicos (TCCs, Dissertações, Teses e artigos). Fazer um estudo de caso exige do pesquisador uma série de escolhas justificáveis que garantirão qualidade e veracidade de sua pesquisa.
Estudos de caso são realizados quando você precisa estudar um fenômeno que não pode ser separado de seu contexto (do local e das condições que eles acontecem). Por isso, quando você escolhe um problema de pesquisa que exige um estudo de caso, você deve justificar essa escolha da melhor forma possível.
Mas antes de falarmos das possibilidades de justificativa de um estudo de caso, deixamos um vídeo lá no canal do YouTube onde a Amália fala sobre estudo de caso único e suas justificativas. Clique na imagem para assistir 😊
Estudo de múltiplos casos
Quando o seu problema de pesquisa procura compreender ou comparar um fenômeno que ocorre em contextos variados, a sua pesquisa pode ser enquadrada como estudo de casos múltiplos.
Esse tipo de estudo de caso permite a comparação entre os casos e a elaboração de discussões e conclusões a partir das semelhanças ou diferenças entre os casos.
Um pesquisador, no entanto, não deve confundir casos com unidades de análise em um estudo de casos múltiplos. Mas esse assunto é longo e será abordado em outro post aqui no blog.
Estudo de caso único
Muitas vezes escutamos que estudo de caso único não é robusto ou sólido o suficiente para serem utilizados em uma pesquisa científica. No entanto, essa afirmação não é sempre correta. Existem diversas situações que estudos de múltiplos casos não podem ser feitos e exigirão do pesquisador um estudo de caso único. Normalmente um caso único se encaixa em mais de uma justificativa, o que garante sua justificativa de estudo.
Beleza, Felipe. E quais são esses casos?
Vamos usar aqui, como referência, o livro Como Elaborar Projetos de Pesquisa do Antênio C. Gil (2017) para apresentar as 6 principais justificativas para estudo de caso único:
Caso raro: como o nome diz, é aquele que acontece de forma rara e, provavelmente, de difícil comparação. Esse tipo de caso merece ser estudado como caso único sempre que ele for relevante para a teoria;
Caso decisivo: é aquele que serve como confirmação (ou contestação) de uma teoria;
Caso revelador: é aquele que um pesquisador tem acesso, mas que não está disponível para a maioria dos pesquisadores. Esse tipo de caso demanda uma maior idoneidade por parte do pesquisador que tem acesso, pois dificilmente outras pesquisas serão capazes de validar os resultados;
Caso típico: é o caso que é dito a melhor representação do fenômeno estudado, o exemplo mais representativo;
Caso extremo: como o nome sugere, o caso extremo é aquele que leva as condições do fenômeno estudado ao seu limite; e
Caso discrepante: é o caso que se destaca por estar além dos limites do fenômeno estudado, mas ainda o representar.
Conclusão
Quando você optar por um estudo de caso único, tenha em mente que ele deve se encaixar em uma ou mais dessas justificativas para que seja aceito cientificamente.
Se seu estudo de caso satisfaz essas condições, fique tranquilo(a), pois sua pesquisa é cientificamente válida.
Espero que este post tenha te ajudado e espero te encontrar em outros posts aqui do blog.
Um abraço,
Felipe.